A
cada minuto que passa, 19 raios atingem diferentes localidades do
território paranaense. Pelo menos assim tem sido nos últimos anos, entre
janeiro de 2021 e setembro de 2023, período no qual mais de 28 milhões
de descargas elétricas foram registradas no Paraná. Os dados são do
Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (ELAT/INPE), que há mais de dez anos atua no monitoramento de
raios no país.
Conforme o
levantamento, feito a pedido do Bem Paraná pelo ELAT/INPE, em 2021 foram
registradas 6.371.913 descargas elétricas no estado, número que no ano
passado teve um aumento considerável, com 15.225.835 registros. Já em
2023, até o mês de setembro, foram registrados 6.654.368 descargas
elétricas no território paranaense, número superior ao registrado
durante todo o ano de 2021, mas ainda distante do registrado no ano
passado.
As intempéries climáticas das últimas
semanas, contudo, apontam para a possibilidade das ocorrências de
descargas elétricas no Paraná terem um aumento significativo no mês de
outubro. Prova disso é que ao longo do mês de setembro o ELAT havia
registrado 301.396 descargas elétricas, o equivalente a pouco mais de 10
mil registros por dia. Já em outubro, só nos quatro primeiros dias do
mês (1ª a 4/10), foram anotados 145.194 raios, com média superior a 36
mil ocorrências diárias.
Em todo o país, mais de 122 milhões de descargas elétricas em 2023
No
Brasil, o ELAT registrou, entre janeiro e julho de 2023, um total de
122.210.545 descargas elétricas, o equivalente a 129.873 raios caindo
pelo país todos os dias.
Entre todas
as unidades da federação, Minas Gerais é o mais atingido pelas descargas
elétricas, somando 13.371.010 ocorrências neste ano. Na sequência
aparecem ainda Pará (12.708.090), Amazonas (10.273.477), Mato Grosso
(9.451.299) e Tocantins (9.346.482).
O Paraná, por
sua vez, anotou a incidência de 5.453.386 raios no estado entre janeiro e
julho de 2023. Foi apenas a 13ª unidade da federação mais atingida por
descargas elétricas, ficando atrás ainda de Mato Grosso do Sul
(9.085.677), Goiás (8.915.044), Rio Grande do Sul (7.435.421), São Paulo
(7.211.470), Maranhão (6.813.635), Piauí (6.013.976)) e Bahia
(5.493.963).
Um
levantamento inédito elaborado pelo ELAT reuniu informações coletadas
pelo Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do
Ministério da Saúde, veículos da imprensa e dados de população do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de
2000 a 2019. Os resultados revelam um total de 2.194 fatalidades
registradas no Brasil, com uma média de 110 casos por ano no período.
Nesses
20 anos, 43% das mortes por raios ocorreram no verão e 33% durante a
primavera. Esses são os períodos do ano em que as altas temperaturas e
umidade do ar favorecem a formação de tempestades e raios. Nos últimos
anos, entretanto, as mudanças climáticas em andamento também impactaram o
fenômeno: tudo indica que as tempestades, devido ao aquecimento global,
estão ficando mais intensas, o que não se apresenta só em termos de
raios, mas também de chuva
Para se prevenir dessas
ameaças do céu, a primeira medida é buscar abrigo tão logo veja nuvens
carregas no céu ou escute um trovão, que sinalizam o início da
tempestade. Também é importante evitar sair para lugares abertos ou
entrar na água de mar, rio ou piscina imediatamente após a chuva.
Um
dado curioso é que, embora seja mais seguro estar dentro de casa do que
ao ar livre durante uma tempestade, essa é segunda circunstância em que
mais morrem pessoas por raios no Brasil, com 21% das fatalidades.
Nessas situações, então, deve-se evitar utilizar equipamentos elétricos
ligados à rede elétrica ou ficar perto de tomadas; tomar banho em
chuveiro elétrico; falar ao telefone com fio ou utilizar celular
conectado ao carregador; ficar próximo a janeas e portas metálicas;
ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).
Fenômeno
O que é um raio e como ele pode nos atingir?
Raio
é o nome designado para um relâmpago que atinge o solo. Os relâmpagos
são descargas atmosféricas de grande intensidade que ocorrem dentro das
nuvens de tempestade – também conhecidas como nuvens Cumulonimbus – a
partir de cargas elétricas provocadas pelo atrito entre partículas de
gelo. Quando o campo elétrico produzido por essas cargas excede a
capacidade isolante do ar, a descarga elétrica se forma.
A
intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a
intensidade de um chuveiro elétrico. Contudo, explica o ELAT, os raios
atingem e matam mais de forma indireta, por meio de correntes que vêm
pelo chão ou por objetos próximos. Estar embaixo ou próximo de uma
árvore é um exemplo no qual muitas pessoas são atingidas indiretamente
por uma descarga lateral, que se desloca do ponto atingido e encontra no
corpo humano um caminho menos resistente para chegar ao solo.
Um
raio também pode atingir uma pessoa diretamente e causar a sua morte
imediata se ela estiver, por exemplo, numa área descampada sendo o ponto
mais alto debaixo de uma forte tempestade.
O
Centro Municipal de Gerenciamento de Riscos de Desastres (CMGERD) da
Defesa Civil de Curitiba divulgou, ontem, os dados sobre a precipitação
na cidade no período de quarta-feira a domingo. Os temporais provocaram
quedas de árvores e alagamentos, com algumas regiões (Boqueirão e
Portão) acumulando mais de 200 mm de chuva durante o período e rajadas
de vento de até 47,5 km/h.
Em cinco
dias, a cidade recebeu um volume de chuva maior do que a média histórica
de precipitação para todo o mês de outubro. De acordo com o Sistema
Meteorológico do Paraná (Simepar), a média de chuvas para este mês é de
144 milímetros.
De quarta-feira a domingo, foram
registradas 118 ocorrências de quedas de galhos e árvores em 22 bairros
de Curitiba. Equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente estão por
toda a cidade para fazer a limpeza e retirada do material.
Ontem,
o dia foi de estabilidade, sem chuva em Curitiba. Hoje, novamente não
há previsão de chuva para a Capital, embora o céu possa ficar encoberto
em parte do dia. A quarta pode ter sol e calor de tarde.
Na quinta, feriado, pode ser de chuva na Capital e as temperaturas despencam na sexta.
do bem paraná
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